Por volta das 23h, no dia 29 de dezembro, numa sexta-feira fria, levanto-me mais uma vez para observar a lua enquanto afogando-me em meus pensamentos perco-me em meu silêncio que me envolve. Sempre a achei bela, mas nessa noite -específicamente naquela noite- o seu brilho refletido em meus olhos enxarcados, era majestoso.
Por um momento, pego-me pensando:
Será que a lua sabe de seu brilho?
Na verdade, ela sequer imagina que sua luz -nada mais que sua luz- trazia a mim uma sensação estranhamente agradável que me abraçara por dentro, como se a sua beleza distante soubesse onde me encontrar em meu silêncio.
O passar do tempo entre nós era diferente
A brisa sopra
A distância entre nós era diferente
A noção se perde
O que eu via era apenas o passado de uma imagem borrada como um espelho rasgado
Um sussurro
Eu não poderia ser capaz de conhecer seus pensamentos
Nem seu futuro
Eu não poderia ser capaz de saber de seus sentimentos ocultos -se é que ela sente como eu.
Estendendo meu braço, quase tocando-a
Era nítida
Nossa proximidade diminuia
Queria tocá-la
''É real! eu sei que é! '
Queria observá-la de perto, conhecer seu deslumbrante brilho
Em um instante
Um estalo que me atravessa rasgando meu peito
Um frio me percorre
O ambiente se distorce ao meu ver
Coração descompassa
De maneira ensurdecedora, como um grito perdido, penso
'O que eu penso que estou fazendo? ! '
É como acordar de uma realidade distorcida onde se não dorme
Olho o relógio, quatro horas se passam
Paro, tentando manter minha visão acesa, olho ao meu redor.
Uma sala
Sem entrada, sem saída
Sem janelas, sem vistas
Sem cor, vazia.
Afundo-me em meus delírios, perdido buscando uma saída, apenas lembro-me e imagino que se o Sábio estivesse ao meu lado, diria:
'É tudo ilusão.'
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