Cerejas De Maio Poem by Nastasimir Franovic

Cerejas De Maio

cerejas de maio

o meu ramo frutífero é podado
cheio de cerejas de maio
vermelhas como sangue
uma árvore aleijada
a sua ferida seca
negra como um poço
abismo cársico
não mencionado
cavado pela mão de Deus
o funil de Deus
cheio de corpos
já contados
já cantados
entristecidos
chorados
chocados
o lamento ecoa
perdido
como um eco distante
O lamento
fortalece
nem mesmo para passar uma noite
nem para amanhecer
o senso comum
que o sol não aparece
que a lua não ilumina a escuridão
os dias passam
como nuvens
sombrias prenúncios de chuva
que correm atrás da colina
o sol não se cansa
do nascer
nem o pôr do sol
a foice da lua colhe os
os raios de luz e amarra-os em feixes
quando a lua cheia toma o turno
dissipa a escuridão
e o lamento do exterior
persistente
não pára
para insultar o meu silêncio

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