Buraco Negro, Sol, Limpa... Poem by Julio 2 Amarante

Buraco Negro, Sol, Limpa...

Buraco negro, sol da manhã, distorção
Amarra-me aterra-me atrai-me
Luto espesso de sol negro,
O teu olhar de censura perdura
Verga a verga da decisão incipinte
A erecção desiste de si
Uma nuca de cansaço um perdido abraço
Diz o mundo é transiente
O tempo um bicho papão 
Que mora na minha pestana
Colada pela manhã 
A cantiga não engana
Quem tem infinito na gana
Perdedor entre mestres da utilidade
Inseto entre insectivoros 
Fruta madura 
Olhar que perdura
Fixado a olhar para além 
Onde mora a raiva que consome a lareira
Numa casa atrás da tua orelha iludida
Lá no cimo da ladeira, ao abismo sobranceira. 
Black hole sun, won't you come?  

Buraco Negro, Sol, Limpa...
Sunday, August 30, 2020
Topic(s) of this poem: imagery
COMMENTS OF THE POEM
READ THIS POEM IN OTHER LANGUAGES
Close
Error Success