A garota que nunca foi escolhida
Ela tem um cabelo cacheado ou ondulado ou liso
Ela tem olhos castanhos e uma mente vazia
Ela tenta achar motivos
Do porquê nunca foi escolhida
Como a flor no jardim de sua casa
Que fica do lado de outra flor mais bonita
Mais aberta e colorida
Mais cheia de vida
Que, afinal, é escolhida
A garota que nunca foi vista
Ela tem cabelo castanho
Ela cheira a velhos encantos
Seu nome provavelmente é Ana ou Júlia ou Maria
É ela que tira as fotos no seu grupo de amigas
E sorri, fingindo se sentir incluída
Ela ri das piadas internas da qual não participa
Porque ninguém chamou ela naquele dia
Os garotos gostam dela
Mas nunca o suficiente
Ela se sente sozinha quando está rodeada de gente
Ela dá o que tem pra tentar ser lembrada
Ela se esforça pra ser útil
Mas sempre é usada
A garota que nunca é escutada
Ela não quer ocupar muito espaço
Então te dá seu lugar
Ela respira menos
Pra não roubar o seu ar
Ela quer que sintam sua falta
Mas não quer ser uma inconveniência
Ela sempre se sente forçada
Quando tenta revelar sua essência
Então ela nunca consegue
Só tenta
Ela vive em um cobertor de indiferença
Porque acha que só assim seria aceita
A garota que nunca foi escolhida
É a garota que não sabe o tanto que vale a pena
This poem has not been translated into any other language yet.
I would like to translate this poem